Que partida da Celeste, senhores! A atuação do Uruguai no Mineirão nesta tarde de quarta-feira foi uma prova de que a seleção está longe de estar morta. Apesar da derrota injusta, o sentimento charrúa é de grandeza pela grande partida que fez. A delegação retorna ao país de forma honrada.
Se o futebol fosse justo, o Uruguai tinha saído de Minas Gerais com a vaga na final. Apesar da grande desconfiança que se tinha, principalmente após a terrível atuação contra a Espanha, a Celeste mostrou o porquê de ser campeã da Copa América e ter ido às semi-finais da Copa do Mundo de 2010. Começou o jogo marcando muito bem o Brasil, deixando a defesa sair com a bola para ter maior quantidade de jogadores em seu campo defensivo, auxiliando na marcação.
Seleção anfitriã não conseguia apoiar com qualidade e o Uruguai roubava a bola fácil, saindo para o contra-ataque e conseguindo jogadas de perigo. E foi assim que a primeira boa oportunidade de abrir o placar aconteceu. Após uma boa jogada ofensiva, escanteio e penalty cometido por David Luiz em cima de Diego Lugano. Na cobrança, Diego Forlán bateu mal e Júlio César defendeu.
A defesa de Júlio fez com que o Brasil crescesse na partida. Foi ganhando terreno dentro de campo e o Uruguai foi deixando, a fim de fechar os espaços perto da área. Celeste permaneceu explorando os contra-golpes em um jogo que foi se tornando bastante truncado. Cebolla Rodríguez conseguiu dar uma ótima escapada pela esquerda, onde achou Forlán pelo meio, e o atacante do Internacional chutou forte e perto do gol adversário.
E mesmo sem conseguir jogadas que oferecessem perigo, quem abriu o marcador foi o Brasil. Grande lançamento de Paulinho, ajeitada de Neymar, chute defendido por Muslera, e no rebote, Fred aproveitou o gol livre e marcou, para a felicidade da maioria dos 56 mil torcedores presentes no Mineirão.
Na volta do intervalo, Celeste seguiu o mesmo ritmo de jogo e novamente conseguiu ser superior ao Brasil. E foi nesses minutos iniciais do segundo tempo, que o gol de empate saiu. Boa troca de passes, bate-rebate na área brasileira até que a bola parou nos pés de Cavani, e em uma chance tão clara o atacante do Napoli não iria perder. Arremate no canto esquerdo, sem chances para Júlio César. Empate justíssimo para o Uruguai.
A partir do gol de empate, a partida retornou a ficar muito concentrada no meio-de-campo e a marcação se sobressaindo. Uruguai sempre tinha vantagem em seu setor defensivo e o Brasil encontrava muita dificuldade para fazer uma boa jogada. No ataque a Celeste ia pior do que no primeiro tempo, com apenas Cavani brilhando e Suárez e Forlán apagados.
As principais chances vieram da Celeste. Aos vinte minutos, em falta cobrada por Forlán, a bola foi até a cabeça de Suárez que cabeceou forte e deu um susto nos torcedores brasileiros. E pouco mais de dez minutos mais tarde, grande jogada de Cavani dentro da área. O chute passou raspando a trave de Júlio César, graças a um desvio de Luiz Gustavo. Era gol certo da quase virada charrúa.
Com a partida se encaminhando para o final, Uruguai foi se resguardando na defesa, no que foi uma tática de Oscar Tabárez. O treinador admitiu para a imprensa antes do jogo que não encarava a prorrogação um mau caminho, já que a seleção estava muito bem fisicamente e estaria mais preparada para o tempo extra do que o Brasil. E esse pensamento de el Maestro foi visto claramente no jogo, já que a primeira alteração foi feita apenas no final do jogo com Álvaro González saindo, e Walter Gargano entrando. Volante por volante.
A ideia de Tabárez acabou se tornando ruim no final. Isso porque em um escanteio de Neymar pela esquerda, Muslera saiu mal e Paulinho cabeceou pro gol, fazendo o segundo gol e dando a vitória e a classificação para a final ao Brasil. Uruguai até tentou uma reação mas era muito pouco tempo pra algo.
Celeste acabou caindo nas semis, mas caiu de pé. Grande partida da seleção que mostrou sua qualidade e o porquê de ser uma das melhore seleções do mundo. E apresentou um futebol que se seguir da mesma maneira, com certeza assegura sua volta ao Brasil em 2014, e definitivamente irá longe na competição.
Brasil: Julio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo, Luis Gustavo e Paulinho; Hulk (19'′ Bernard), Oscar (27'′ Hernanes) e Neymar (45'′ Dante); Fred.
Treinador: Luiz Felipe Scolari.
Uruguai: Fernando Muslera; Maximiliano Pereira, Diego Lugano, Diego Godín e Martín Cáceres; Arévalo Ríos, Álvaro González (38'′ Walter Gargano) e Cristian Rodríguez; Diego Forlán, Luis Suárez e Edinson Cavani.
Treinador: Oscar Tabárez.
Gols: Fred aos 40 e Paulinho aos 41 do 2T; Edinson Cavani aos 3 minutos do 2T.
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