As últimas partidas estão dando um gosto 'agridoce' ao torcedor do Peñarol e que pode olhar para seu time de dois jeitos diferentes: o otimista diz que o time está na liderança do Clausura e caso siga por esse caminho nem precisará de final para se sagrar campeão uruguaio por já ter conquistado o Apertura no semestre passado. Porém, o pessimista diz que o atual time não tem padrão de jogo, falta qualidade técnica e partida após partida é um sofrimento.
As duas visões estão corretas. E a partida contra o El Tanque Sisley na última noite de domingo mostrou claramente isso. Peñarol bateu de frente com uma surpreendente equipe técnica que passou a mostrar sua força desde o início do Apertura passado e que segue mantendo o ritmo. Ao invés dos chutões e balões pra frente característicos de um time pequeno quando enfrenta um gigante como o Peñarol, os verdinegros colocaram a bola no chão e passaram a jogar futebol de uma forma agradável.
A imposição desse estilo dentro de campo não agradou em nada o Peñarol que teve muita dificuldade em combater os avanços do El Tanque. Quando o time dirigido por Osvaldo Canobbio se propunha a ir ao ataque e tentar o gol, os manyas raramente conseguiam deter esse avanço sem chegar muito perto da meta defendida por Danilo Lerda. E para piorar, quando tinha a bola, encontrava um time que se compactava muito bem no setor defensivo e marcava forte.
O esquema do Peñarol também facilita o trabalho do time adversário. Sem criatividade alguma pelo meio, sempre tinha de explorar os lados do campo, onde em todas as jogadas iniciadas por ali eram em direção a área, cruzando sem exitar muito aos dois centroavantes, Marcelo Zalayeta e Juan Manuel Olivera.
El Tanque Sisley merecia sorte melhor, certamente, e principalmente pelas chances geradas no final do primeiro tempo. Peñarol se acolheu na defesa e viu seu adversário o bombardear de toda a maneira buscando o gol. Uma bola já quase entrando no gol mas que foi tirada em cima da linha por Carlos Valdez foi a mais clara das oportunidades.
Na segunda etapa, se o El Tanque já era melhor e merecia estar vencendo, essa probabilidade aumentou ainda mais aos 8 minutos, quando Alejandro Gonzalez foi expulso. Canobbio colocou seu time pra frente e foi atrás do gol da forma mais rápida possível, tentando aproveitar essa desvantagem numérica de seu rival. Porém, parou por duas vezes em Danilo Lerda, que fez duas defesas extraordinárias salvando o Peñarol no jogo.
El Tanque pressionava e estava muito perto de abrir o marcador, mas aos 25 minutos, tomou um golpe fatal. Peñarol foi ao ataque e em um cruzamento a meia-altura, Nicola Perez saiu mal na jogada, mas conseguiu afastar a bola. Ainda no chão já que foi empurrado por Olivera em falta que o árbitro não assinalou, viu Fabián Estoyanoff chutar forte e fazer o gol que valeu os três pontos aos aurinegros.
O gol desmoronou tudo que o El Tanque estava fazendo. E além do gol tomado, também teve seu volante e capitão, Andrés Aparicio, levando cartão vermelho e igualando a vantagem numérica dentro da partida. A vitória tão perto virou derrota.
Peñarol vence e é líder isolado, seguido do River Plate que está um ponto atrás. El Tanque Sisley derrapou nas últimas rodadas, apesar de ter sido superior na maioria dos jogos. Tem de voltar a vencer para conseguir uma vaga em copas internacionais.
Peñarol: Danilo Lerda; Matías Aguirregaray, Alejandro González, Carlos Valdez e Nicolás Raguso; Marcel Novick, Sebastián Cristóforo (10'′ Antonio Pacheco), Jorge Zambrana (10'′ Damián Macaluso) e Sebastián Gallegos (45′ Fabián Estoyanoff); Marcelo Zalayeta e Juan Manuel Olivera.
Treinador: Jorge da Silva.
El Tanque Sisley: Nicola Pérez; Guillermo Díaz (40''′ Gastón Puerari), Bruno Piano, Caue Fernandes e Juan Morales; Andrés Aparicio, Gastón Martínez (30'′ Juan Pablo Fagúndez), Pablo Lima e Maximiliano Lombardi; Santiago Lamanna e Alejandro Mello (28'′ Jonathan Soto).
Treinador: Osvaldo Canobbio.
Gol: Fabián Estoyanoff aos 24 minutos do 2T.
Cartões vermelhos: Alejandro González aos 8 minutos do 2T e Andrés Aparicio aos 25 do 2T.
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