Peñarol foi a campo na tarde deste sábado contra o Fénix e muitos tinham a ideia de ver o mesmo futebol campeão do Apertura e que vem fazendo simplesmente um ótimo trabalho na Copa Libertadores. Mas na prática, não se viu isso. A mistura do cansaço dos jogadores, com um certo ''desinteresse'' pelo torneio, já que está na final, com a má atuação de alguns jogadores fez com que o time não rendesse o esperado dentro de campo e que fosse surpreendido, mais uma vez, pelo Fénix, que chegou a partida bastante diferente de seu adversário, ou seja, querendo ganhar e lutando por todas as bolas. Hernán Novick abriu o placar e Juan Manuel Olivera empatou com uma linda bicicleta.
Na escalação posta por Da Silva, o técnico colocou o mesmo meio-de-campo que venceu o Apertura, mas que não esteve na Libertadores, já que Cristóforo assumiu o lugar de Grossmüller na equipe, assim como Aguirregaray foi o titular ao invés de Zambrana. De volta ao time titular, os jogadores não renderam o esperado. O volante esteve muito sonolento em campo e teve Rafael García o marcando por todo o campo, sem deixar espaços. O ponta também não foi ativo nas jogadas e foi presa fácil da marcação do Fénix.
E se tudo estava difícil, em tese, a solução é jogar na direita que Lolo Estoyanoff resolve. Mas o Fénix já sabia disso. Na primeira etapa inteira, a equipe dirigida por Eduardo Favaro marcou muito bem o ponta que não teve espaço algum nem para armar jogadas ou para sair em velocidade. Sem Fabián para fazer o papel de protagonista no meio-de-campo, o Peñarol ficou sem rumo e sem profundidade.
Com todos esses fatores, o Fénix já levava vantagem no jogo. Uma forte marcação no que pode ser considerada atualmente a melhor equipe do país é algo que lhe dá corpo dentro da partida. Mas o time ainda contava com Hernán Novick. O enganche tinha a missão de vir de atrás e encostar em Miguel Puglia. E o fez muito bem. Seu marcador e irmão, Marcel Novick, praticamente não achou seu compadre em campo. A prova disso veio logo aos dez minutos de jogo. Cruzamento de Rafael García pela direita, e Hernán se colocou entre os defensores aurinegros para abrir o placar dentro do estádio Centenário.
O gol fez com que o Fénix relaxasse dentro da partida. Marcação continuava forte e eficaz, e o Peñarol não dava nenhum sinal que poderia marcar o gol ainda no primeiro tempo. Meio-de-campo frouxo, sem velocidade nem profundidade, e com Zalayeta e Olivera, sua dupla de ataque, sem receber bolas, muito distantes de todo o resto da equipe.
Tudo ia bem para os de Capurro até os 45 minutos da primeira etapa. Levar a vitória para o vestiário era o que a equipe mais queria. Em um lance isolado de Estoyanoff fez com que um penal a favor do Peñarol fosse marcado. O jogador entrou em diagonal, tentou o passe, mas a bola parou na mão do lateral Rodrigo Rojo. Penalty marcado, e vermelho para o defensor, já que o mesmo já havia recebido cartão amarelo anteriormente. O artilheiro da equipe, Juan Manuel Olivera vai pra cobrança, mas dá todo o canto para Luis Mejía, e o goleiro panamenho vai firme e defende, deixando sua equipe permanecer na frente do placar.
Na volta para o segundo tempo, Da Silva faz duas alterações. Saiu Grossmüller e Zambrana para as entradas de Aguirregaray e Nuñez, que fez sua estreia com a camisa do Peñarol. A estratégia do treinador colocando os dois jogadores era, obviamente, subir o rendimento da equipe tirando dois jogadores que não incomodaram nem um pouco a defesa adversário, mas também para explorar a vantagem numérica, sabendo que com um a menos, o Fénix não iria se arriscar tanto no ataque e que, eventualmente, poderia deixar buracos em sua defesa.
As mexidas deram efeito imediato quando o segundo tempo começou. Com Aguirregaray e Nuñez, a postura do Peñarol foi outra. Durante quase todo o resto do jogo o Fénix não teve espaço para contra-atacar ou para fazer uma troca de passes. Os aurinegros pressionaram a defesa albivioleta que teve que marcar muito mais do que nos 45 minutos iniciais.
As diversas jogadas produzidas pelo ataque do Peñarol deram efeito. De tanto insistir em fazer o gol, ele saiu. Dez minutos do segundo tempo, e Juan Manuel Oliveira fez um golaço de bicicleta pra deixar tudo igual no placar.
O tento de Olivera fez com a equipe crescesse ainda mais dentro de campo, e por um tempo, parecia inevitável o Fénix não perder. Porém, Mejía fez mais uma atuação espetacular e não deixou os mirasoles virarem o jogo. Além disso, sua equipe ainda viu uma rara oportunidade de gol aparecer e ser desperdiçada. Vacilo de Malacuso na defesa e Miguel Puglia não definiu bem, no que poderia ter sido o gol da vitória.
Querendo a vitória, Da Silva colocou em campo Antonio Pacheco, que retornava aos gramados após um longo tempo de inatividade após lesão séria. Com a entrada do enganche no lugar de González, Aguirregaray passava para a lateral-direita, mas continuava com sua ofensividade, e Tony ficava responsável pela armação do jogo. Mas partindo pra cima do Fénix, o gol dos três pontos não veio e o jogo ficou no empate.
Peñarol: Enrique Bologna; Alejandro González (31'′ Antonio Pacheco), Carlos Valdez, Damián Macaluso e Nicolás Raguso; Marcel Novick, Carlos Grossmüller (45′ Matías Aguirregaray), Fabián Estoyanoff eJorge Zambrana (45′ Carlos Núñez); Marcelo Zalayeta e Juan Manuel Olivera
Treinador: Jorge Da Silva
Fénix: Luis Mejía; Marcos Mansulino, Juan Alvez, Ignacio Pallas (15′ Maximiliano Perg) e Rodrigo Rojo; Rafael García, Claudio Rivero, Juan Manuel Ortiz e Jonathan Pérez (23'′ Danilo Mederos); Hernán Novick (22'′ Gonzalo Papa); Miguel Puglia.
Treinador: Eduardo Favaro
Gols: Hernán Novick aos 10 minutos de jogo e Juan Manuel Olivera aos 10 minutos do segundo tempo.
Cartões vermelhos: Rodrigo Rojo aos 38 minutos do primeiro tempo e Matías Aguirregaray aos 38 da segunda etapa.
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