Se não fosse por Álvaro Chino Recoba e Sebástian Loco Abreu, o resultado teria sido bem diferente. Nacional não mostra um bom futebol na sua estreia oficial em 2013 e na Copa Libertadores, fica atrás do placar por dois gols de diferença, e consegue garantir o empate apenas aos 47 minutos da segunda etapa.
Nacional quis mostrar uma proposta bastante ofensiva e com bastante mobilidade. Chavo Díaz colocou em campo o famoso 4-2-3-1, com sua linha de três formada por jogadores, que além de terem velocidade, conseguem dar bons passes e tem ótimo controle de bola. A teoria é muito bem montada, mas na prática foi muito diferente.
No início do jogo, os tricolores começaram a pressionar a saída de bola e passaram a jogar no campo de ataque. Bolso chegava algumas vezes e dava a impressão de que conseguiria sair na frente do placar nos próximos dias. Aos dez minutos, jogada de velocidade pela esquerda de Gonzalo Bueno, que cruza rasteiro para Iván Alonso, mas o centroavante, que estava livre e na cara do gol, chutou mal demais e perdeu uma ótima chance de colocar sua equipe na frente do marcador.
Mas essa pressão inicial do Nacional parou nos minutos iniciais. Barcelona começou a mostrar seu cartão de visita, e que não agradava em nada os mandantes. Sem aquele complexo de inferioridade que muitas equipes quando jogam de fora incorporam, foi avançado, e mostrou boa posse de bola, sabendo como toca-la, e o tricolor passou a ter dificuldade nessa estratégia imposta pelos equatorianos.
Até que em um tiro-de-meta que parou no campo de ataque, jogador barcelonista ganha de cabeça e a bola para no pé do argentino Damián Díaz, que pega de primeira se aproveitando da posição avançada de Jorge Bava, e de cobertura, abriu o placar para os visitantes.
O gol dos equatorianos certamente desestabilizou o Nacional, que passou a ir ainda mais pra cima, mas continuou esbarrando no bom sistema defensivo, e em seus próprios defeitos. Bueno não foi muito acionado e quando tinha a bola, foi muito bem marcado. Vicente Sánchez não jogou bem novamente enquanto Albín fez uma re-estreia aquém das expectativas.
E pouco menos de dez minutos após o Barcelona abrir o placar, outro golpe foi dado. Ótima jogada de Michael Arroyo pela esquerda, passe para Geovanny Nazareno, o jogador entra na área, Jorge Bava sai, mas não consegue fechar o passe para o atacante Ariel Nahuelpan que só teve o trabalho de empurrar para o fundo das redes. Nem 30 minutos jogados, e o Nacional fica atrás do placar por 2x0.
Nacional, a partir daí, não conseguiu mais nada. Como sempre, tentava chegar, quando não dava pra ir tocando, ia nos cruzamentos para a área, no entanto, o goleiro Máximo Banguera não teve praticamente nenhum trabalho. O time de Chavo Díaz saia de campo com um futebol horrível e com um placar extremamente adverso jogando em sua casa.
Para o segundo tempo, se esperava a entrada dos dois jogadores mais conhecidos, mais experientes e maiores ídolos do Nacional. Chino Recoba e Loco Abreu ficaram no banco por não ter condição de jogar um jogo inteiro e, com um placar destes, o ingresso dos dois seria algo inevitável. Mas não foi isso que aconteceu. El Chavo Díaz optou por fazer uma única mudança: sai Vicente Sánchez e entre Adrián Luna.
A saída de Vicente Sánchez foi para ''consertar'' o que foi feito antes do jogo. Na linha de três adiantada, todos os três jogadores eram canhotos e o lado direito era mal aproveitado sendo usado apenas para as decidas do lateral Pablo Alvarez. Com Luna, chegou alguém para cobrir aquele lado e ajudar na marcação.
A não entrada de Recoba e Loco não agradou a torcida tricolor que queria ver os dois juntos e acreditava que com eles, o resultado poderia mudar. Logo nos primeiros minutos da segunda etapa, os gritos pelos dois ecoavam no Gran Parque Central. A pressão feita para Gustavo Díaz colocar os jogadores aconteceu. 11 minutos, e Pablo Alvarez e Juan Albín deixaram seus lugares no campo para a entrada dos ídolos tricolores.
Com os dois em campo, Nacional começou a melhorar. Aos 22 minutos, o gol poderia ter saído. Pivô de Loco Abreu, e a bola sobrou solta na área para o chute de Gonzalo Bueno. Porém, el Zorrito pegou mal e desperdiçou uma ótima chance.
Mas este lance não foi muito lamentado. Dois minutos após Bueno errar o chute, um escanteio surgiu pela esquerda. Recoba na cobrança e a bola vai certa na cabeça de Loco Abreu que livre não perdoa e faz seu primeiro gol em mais uma re-estreia com a camisa do Nacional.
Para melhorar ainda mais o panorama, poucos minutos depois do gol, uma confusão acontece no meio da área envolvendo Loco e o defensor equatoriano José Luiz Perlaza. E o árbitro resolveu expulsar o zagueiro colocando o Nacional com um a mais em campo.
Apesar da expulsão de Perlaza, a vantagem numérica ao Nacional não durou muito. O juiz havia aplicado dois cartões amarelos para Lembo, mas o vermelho não havia sido dado, até que a tempo, conseguiu corrigir o erro e deixou ambas as equipes com dez para cada lado.
Com os dois times sem um zagueiro, os espaços foram se abrindo. Barcelona conseguia atacar e o Nacional também. Recoba lançou bola por entre a defesa equatoriana buscando Luna, mas o goleiro Banguera chegou na hora certa. Barcelona respondeu com Matías Oyola, que dentro da área, chutou mal do lado do gol de Bava.
Aos 45 minutos, Damián Díaz, o melhor do jogo, ganhou na corrida de Damonte, invadiu a área e foi derrubado pelo volante argentino. Reclamação e pedido geral por um penalty que não foi dado pelo árbitro Enrique Osses.
E para piorar para o árbitro, dois minutos do lance decisivo, o Nacional chegara ao empate. Recoba, pela esquerda, consegue passar pela defesa do Barcelona, avança a pelota, e cruza frente a defesa equatoriana e Iván Alonso, de cabeça, deixou tudo igual nos minutos finais da partida.
O empate aconteceu aos 47 minutos, e um minuto depois, a virada improvável quase aconteceu. Último lance do jogo, escanteio pela direita, Recoba na bola. Cruzamento, e a bola quase entra no que seria mais um gol olímpico. E antes de sair, Loco Abreu ainda resvalou mas não conseguiu o gol.
Nacional, após sair atrás e ficar com 2x0 de desvantagem, consegue o empate, e quase a vitória com lance no final. Porém, viu um time, que após todos os reforços, segue sem padrão tático e dependendo de jogadas e talento individual. Para tentar avançar no que é considerado o grupo da morte, vai ter de mostrar algo mais.
Nacional: Jorge Bava; Pablo Alvarez (11'′ Loco Abreu), Alejandro Lembo, Efraín Cortés e Adrián Romero; Israel Damonte e Santiago Romero; Vicente Sánchez (46′ Adrián Luna), Juan Albín (11'′ Alvaro Recoba) e Gonzalo Bueno; Iván Alonso.
Treinador: Gustavo Díaz.
Barcelona (EQU): Máximo Banguera; Juan Carlos Paredes, José Luis Perlaza, Frickson Erazo e Pablo Saucedo; Geovanny Nazareno, Nicolás Olmedo e Matías Oyola; Damián Díaz; Michael Arroyo (26'′ José Ayoví) e Ariel Nahuelpan.
Treinador: Gustavo Costas.
Gols: Damián Díaz aos 18 e Ariel Nahuelpan aos 25; Loco Abreu no minuto 24 do segundo tempo e Iván Alonso nos acréscimos do segundo tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário