Peñarol e River Plate se enfrentaram no Centenário pela primeira rodada do Apertura. Este seria um dos confrontos mais interessantes de todo o torneio já que se trata do atual campeão e de uma equipe que vem crescendo nacionalmente, realizando um ótimo trabalho. Dentro de campo os darseneros fizeram algo que já não é mais surpresa. Jogaram seu futebol habitual contra uma exibição horrível dos aurinegros. Vitória mais do que merecida por 4x2.
As duas equipes chegam em momentos distintos para a competição. Como um dos grandes, o Peñarol tem obrigação de lutar pelo título e para isso, se reforçou para a temporada e seguiu como favorito para levar a dobradinha. River, mesmo tendo ascendência, perdeu grandes valores como Gonzalo Porras, Gabriel Leyes (para o próprio Peñarol) e Felipe Avenatti. Três titulares indiscutíveis dentro do elenco darsenero.
Mas nem tudo que parece certo a execução é feita em perfeição na prática. Já na Copa Sulamericana isso se mostrou. Enquanto Peñarol caiu frente ao Cobreloa, River passou com facilidade frente ao Blooming e é o único clube a representar o Uruguai dentro desta competição internacional.
Dentro de campo deste sábado, a prévia se mostrou verdadeira. River Plate desde o início foi superior a um Peñarol com uma ausência de ideias absurda e que ainda sofre por não ter um esquema tático adequado que não foi feito por Diego Alonso. Guillermo Almada demonstrou o oposto de seu adversário com o futebol darsenero.
A estratégia do River era simples: volantes que não avançavam muito, muita velocidade e jogadas pelos flancos e cruzamentos para a área buscando as referências que eram Leandro Rodríguez e Sebastián Taborda. No Peñarol, a ideia era ter dois rápidos pelos lados, Estoyanoff e Japo Rodríguez e Tony Pacheco encostando em Zalayeta.
O plano de jogo do River foi o mais eficaz, de longe. Peñarol não conseguia parar seu adversário se não fosse pela falta. As bolas paradas eram tudo que a equipe darsenera queria e por muitas vezes levou perigo ao gol de Castillo. Taborda inclusive chegou a abrir o placar mas o impedimento foi marcado pelo auxiliar.
A defesa mirasol se mostrou um verdadeiro caos. Cristian Techera foi o atleta que mais se aproveitou disso e fez a festa no sistema defensivo. Lento e sem entrosamento, vários erros aconteciam no setor que eram aproveitados pelos jogadores do River. Em um destes lances, Macaluso e Sandoval não afastaram uma bola jogada por Damián Frascarelli em um tiro-de-meta e Techera aproveitou bem fazendo 1x0 aos 16.
O ritmo não diminuiu por parte do River Plate que via um Peñarol extremamente apático em campo. A equipe de Alonso não ameaçava e deixava o time jogar tranquilo para armar as jogadas. E em outro erro da defesa cometido pelos dois já citados, o segundo gol saiu. Techera foi pra cima de Sandoval, fez jogada belíssima, e cruzou para Leandro Rodríguez cabecear atrás de Macaluso e aumentar a vantagem.
O segundo gol fez o Peñarol ao menos acordar pro jogo. E se não ia na tática e condições técnicas, ia na garra e na raça. Tentava de qualquer maneira ao menos o desconto antes do intervalo que veio nos minutos finais da primeira etapa. Depois de Frascarelli defender um chute de Pacheco, Jorge Rodríguez fez o 2x1.
Era ao menos um alento ao pobre Peñarol. Mas nem isso aconteceu. Isso porquê dois minutos de Japo descontar, o River atacou pela última vez, e demonstrou ser fatal. Como sempre, falta cometida e Hamilton Pereira na bola. O volante acertou a bola no ângulo e fez um golaço, jogando um balde de água fria nas pretenções manyas.
Na volta do intervalo, Alonso mexeu por duas vezes. Luis Aguiar entrou no lugar de Marcel Novick para dar uma maior mobilidade no meio-de-campo e Carlos Nuñez substituiu Jorge Rodríguez, esse machucado com uma lesão no tornozelo.
River retornou com uma missão de administrar o resultado. Não precisava se arriscar tanto no ataque e por isso esperava o Peñarol atacar para deixar os espaços na defesa e explorar o contra-ataque. E foi nesse método que os darseneros conseguiram ter uma boa vantagem. Não saiu outro gol, mas em uma disparada de Lucas Olaza, Sebastián Píriz fez falta dura e foi expulso, dificultando ainda mais a tarefa manya.
Com um homem a menos, as chances de empatar, pelo menos, se tornaram muito reduzidas. As tentativas eram sempre em vão. River preferia manter a bola no meio-de-campo e tentava esfriar o jogo com o objetivo claro de passar o tempo. Peñarol conseguiu até um gol faltando dez minutos com uma cabeçada de Gonzalo Viera em cobrança de escanteio, mas viu, dois minutos depois, Diego Casas fazer o quarto e pôr um fim na partida.
Peñarol: Juan Castillo; Jonathan Sandoval, Damián Macaluso, Gonzalo Viera e Baltasar Silva; Marcel Novick (45′ Luis Aguiar), Sebastián Piriz, Fabián Estoyanoff (26'′ Jonathan Rodríguez) e Jorge Rodríguez (45′ Carlos Núñez); Antonio Pacheco e Marcelo Zalayeta.
Treinador: Diego Alonso.
River Plate: Damián Frascarelli; Luis Torrecilla, Cristian González, Flavio Córdoba e Lucas Olaza; Gabriel Marques, Hamilton Pereira, Bruno Montelongo (13'′ Janderson Pereira) e Cristian Techera, Leandro Rodríguez (31'′ Rodrigo Sosa) e Sebastián Taborda (24'′ Diego Casas).
Treinador: Guillermo Almada.
Gols: Cristian Techera aos 16, Leandro Rodríguez aos 38, Hamilton Pereira aos 45 e Diego Casas aos 39 do 2T; Jorge Rodríguez aos 43.
Cartão vermelho: Sebastián Piriz aos 6 do 2T.
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