Passando por um momento difícil, treinador que pediu demissão e pressão da torcida. Nacional foi para a Argentina com tudo isso na bagagem enfrentar nada mais nada menos do que o campeão por sete vezes da Copa Libertadores em seu caldeirão com o maior treinador da história xeneize de volta ao comando. E voltou para a Argentina com os três pontos pra cima do Boca Juniors com um gol de Andrés Scotti no primeiro tempo.
Juan Carlos Blanco, el Cacha, assumiu interinamente ao lado do auxiliar técnico Gustavo Bueno o comando técnico do Nacional até a definição de um nome para a função. Blanco começou a trabalhar na segunda-feira após o pedido de demissão de Gustavo Díaz ser aceito pela diretoria. E foram nesses poucos dias que foi se formando o time para o confronto de ontem.
Sem muito tempo, a ideia de Cacha era apostar na marcação. Sem muito tempo pra treinar algo novo e jogando fora-de-casa, um esquema mais prático foi formado. Linha de quatro na defesa, outra no meio, um enganche pra criar e o centroavante trombador na frente. Esse foi o panorama escolhido por Blanco para enfrentar o Boca Juniors em La Bombonera.
Na primeira linha de quatro, todos eram fixos na defesa. Andrés Scotti foi para a lateral-direita, Alejandro Lembo e Efraín Cortés no miolo e na lateral-esquerda foi deslocado Christian Nuñez. No meio, Adrián Romero foi ser volante pela direita, enquanto Santiago Romero e Israel Damonte estavam como doble cinco e Gonzalo Bueno atuava como a válvula de escape na esquerda. Juan Albín era o criador de jogadas e Iván Alonso no ataque.
Dentro de campo, o estilo deu o resultado esperado. Nacional chamava o Boca Juniors para seu campo de defesa e conseguia desarmar o time de casa. As duas linhas de quatro se mostraram bastante intransponíveis e os argentinos não conseguiam ultrapassá-la. E no ataque, se esperava que quando a oportunidade surgisse, ela fosse aproveitada. Contra-ataque e a bola parada eram as principais armas. E foi em uma dessas que o gol saiu. Escanteio pela esquerda cobrado por Juan Albín e Andrés Scotti cortou toda a defesa xeneize pra cabecear livre e abrir o placar.
A partir da abertura no placar, Nacional se preocupou apenas em defender e não deixar o Boca empatar ou virar. E foi aí que apareceu uma das principais figuras na partida, que foi o goleiro Jorge Bava. Ainda no primeiro tempo, o arqueiro tricolor contribuiu com ao menos três grandes defesas que serviram para deixar o tricolor até o término da primeira etapa.
No segundo tempo, Boca Juniors seguiu pressionando o Nacional que tinha como única forma de ataque as escapadas de Gonzalo Bueno ou alguma falta cavada por Iván Alonso no campo de ataque. Sistema defensiva do Bolso permaneceu muito bem postado com duas linhas de quatro bem definidas que formaram uma barreira frente á área e que não deixaram o Boca entrar nela.
Blanco foi fazendo alterações mas não mudou o estilo de jogar da equipe. Primeiro entrou Diego Arismendi no lugar de Santiago Romero, trocando, em tese, seis por meia dúzia, já que ambos são volantes e naquele caso, ajudariam bastante na marcação. Depois, Scotti saiu para a entrada de Pablo Alvarez, o que fez com que saísse um veterano e entrasse um com sangue novo além de não ser tão velho. Alvarez entrou como volante direito enquanto Adrián Romero passou para a lateral-direita.
Porém, na metade da segunda etapa, as coisas poderiam ter tomado rumos não tão agradáveis. Em uma falta cometida por Arismendi e bem perigosa, bastante reclamação dos dois lados até que um segundo cartão amarelo foi aplicado para Lembo e o zagueiro foi expulso deixando o Nacional com dez homens em campo tendo mais vinte minutos de jogo. A retranca que já era forte ficou ainda mais tendo um homem a menos em campo.
Com a saída de Lembo, Cacha optou por não mudar a equipe. Colocou Damonte como volante pela direita, Alvarez recuou para a lateral enquanto Romero foi fazer companhia para Cortés na zaga. E Albín se tornou um médio-volante ao lado de Arismendi. Com essas mudanças, não mudou nada a equipe e a marcação continuou forte e o Boca não conseguia o gol.
Os xeneizes foram chegar apenas em duas bolas. Uma em cobrança de falta de Riquelme onde Burdisso desviou mas a bola foi pra fora, e em outra onde houve uma falha dos sistema defensivo e Acosta entrou pra bater mas foi freado por Romero em cima da hora.
Nacional foi levando e gastando o tempo arrumando até minutos importantes no campo de ataque com faltas e escanteios, até que o apito final foi lançado. Na garra em La Bombonera frente a um Boca bem mais fraco do que nos anos anteriores, os tricolores conseguiram sua segunda vitória na competição e soma sete pontos no Grupo A, onde lidera com folga. Além disso, reanima o grupo abatido após muita turbulência no período de Gustavo Díaz como treinador.
Boca Juniors: Agustín Orión; Franco Sosa (25'′ Lautaro Acosta), Claudio Pérez (33'′ Nicolás Blandi), Guillermo Burdisso e Clemente Rodríguez; Ribair Rodríguez, Cristian Erbes e Walter Erviti; Juan Román Riquelme; Juan Manuel Martínez e Lucas Viatri.
Treinador: Carlos Bianchi.
Nacional: Jorge Bava; Andrés Scotti (25'′ Pablo Alvarez), Alejandro Lembo, Efraín Cortés e Christian Núñez; Adrián Romero, Israel Damonte, Santiago Romero (19'′ Diego Arismendi) e Gonzalo Bueno; Juan Albín (41'′ Renato César); Iván Alonso.
Treinador: Juan Carlos Blanco.
Gol: Andrés Scotti aos 20 minutos do 1T.
Cartão vermelho: Alejandro Lembo aos 28 minutos do 2T.
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