Nacional chegou em alta para o jogo contra o Boca Juniors. Vinha de vitória no Clausura 13', havia vencido os mesmos argentinos em La Bombonera que tinha colocado os tricolores na liderança do grupo e a uma vitória da classificação antecipada. A torcida compareceu em peso ao Centenário esperando mais um triunfo e a vaga nas oitavas-de-finais já garantidas.
Mas o que se viu foi diferente disso. Nacional começou com uma proposta de esperar o Boca Juniors, apostando no desespero da equipe xeneixe. Como tinham de conquistar a vitória de qualquer maneira, deixariam espaços na defesa para se jogar. A escalação posta em campo por Juan Carlos Blanco tiveram algumas mudanças mas que praticamente não alteraram o estilo de jogo em relação á partida da semana passada.
As principais mudanças ocorreram no sistema defensivo. Efraín Cortés se lesionou no domingo contra o Central Español e ficou de fora. Além dele, Alejandro Lembo tinha sido expulso e cumpriu suspensão automática. Sem os dois, Cacha Blanco mudou um pouco a escalação. Nas laterais, Christian Nuñez havia atuado como lateral-esquerdo e retornou para a direita. Para o outro lado ficou Juan Manuel Díaz. No miolo de zaga, Adrián Romero, de volante pela direita foi para zagueiro e em seu lugar atuou Pablo Alvarez. Do resto, eram os mesmos jogadores.
E se o Nacional chegava diferente na escalação, o treinador do boca, Carlos Bianchi, apostou no mesmo time que não fez uma boa partida e que tinha perdido na Bombonera. Nenhuma mudança foi feita, inclusive Santiago Silva permaneceu no banco de reservas e Lucas Viatri iniciou o jogo de centroavante mais uma vez.
Nacional ficava trancado em sua defesa e deixava o Boca Juniors chegar ao seu campo. O poder dos xeneizes já não é o mesmo dos anos de glórias apesar do treinador e do craque serem os mesmos. O conjunto como um todo já não assustava mais os adversários e o tricolor sabia disso. Por isso, ficou na retranca e deixando os argentinos jogarem.
Início do primeiro tempo foi do Boca Juniors que começou pressionando, tentando pelo lado direito, pelo lado esquerdo, no meio, bola rasteira e aérea e em praticamente todas as vezes, a defesa do Nacional respondeu bem. No ataque, poucas chances foram criadas já que os homens de frente ficavam ou defendendo junto dos marcadores ou espaçados em relação ao resto do time. Se quisesse o gol, seria na velocidade em um contra-golpe ou como saiu o gol da vitória na Argentina: pela bola parada.
Até que aos 22 minutos, a chance de matar o Boca Juniors se apresentou em uma ótima forma. Em cruzamento para a área, o árbitro brasileiro Paulo César de Oliveira viu penalty cometido pelo zagueiro Claudio Perez em cima de Juan Albín. Cartão amarelo ao jogador que já havia sido advertido com o mesmo, e vermelho. Nacional tinha um penalty a favor e um a mais. Tudo conspirava para os tricolores.
Porém, a bola no pé de Iván Alonso não balançou as redes. Com uma certa displicência na cobrança, o atacante tricolor chutou por cima do gol de Agústin Orión e perdeu no que seria 'a' chance do Nacional se classificar e vencer o jogo. Um a mais e vantagem no placar, seria difícil o Boca conseguir uma reação a ponto de virar o marcador.
A expulsão de Claudio Perez fez o Nacional se movimentar mais e se arriscar mais vezes no campo de ataque, ao invés de se preocupar em apenas defender. Mas não houve nenhuma chance clara que pudesse ser esquecido o penal perdido por Alonso ou que pudesse compensar tal erro.
Até que um ditado no futebol se mostra mais que infalível em algumas situações. ''Quem não faz, toma''. Boca Juniors recebeu de presente no final do primeiro tempo o que o Nacional não quis na metade do mesmo. Paulo César de Oliveira viu em outro cruzamento outro penalty, desta vez a favor do Boca Juniors, de Andrés Scotti em cima de Walter Erviti. E diferentemente de Alonso, Riquelme foi sério na bola e chutou forte sem chances defesa á Bava. De uma situação completamente adversa, o Boca ia para o vestiário com 1-0 a seu favor.
No segundo tempo, Cacha mudou a equipe querendo a vitória de qualquer maneira, ainda mais com um homem a mais. Tirou um jogador de marcação que era Santiago Romero e colocou um organizador, que foi Álvaro Recoba. Mas no segundo tempo a marcação xeneize se mostrou extremamente eficaz e não deixou o Nacional ultrapassá-la. No decorrer dos minutos, Vicente Sánchez entrou no lugar de Juan Albín e Loco Abreu no de Gonzalo Bueno. Porém, tudo seguiu igual.
Os últimos dez minutos foram em que o Nacional foi no tudo ou nada e conseguiu mais do que em todo o resto. Quase uma bola de Recoba para Abreu no que seria um gol certo. Christian Nuñez, em outro lance, chutou forte mas Orión defendeu bem. E no último minuto, Vicente Sánchez teve a oportunidade de empatar mas perdeu uma chance frente-a-frente e não aproveitou.
Nacional perdeu o jogo, mas a classificação ainda continua muito perto. Uma simples vitória contra o Toluca novamente no Uruguai dá a classificação para os tricolores. Mas certamente o futebol apresentado terá de ser muito melhor.
Nacional: Jorge Bava; Christian Núñez, Andrés Scotti, Adrián Romero e Juan Manuel Díaz; Pablo Alvarez, Santiago Romero (46′ Alvaro Recoba), Israel Damonte e Gonzalo Bueno (30'′ Sebastián Abreu); Juan Albín (22'′ Vicente Sánchez); Iván Alonso.
Treinador: Juan Carlos Blanco.
Boca Juniors: Agustín Orión; Franco Sosa, Claudio Pérez, Guillermo Burdisso e Clemente Rodríguez; Ribair Rodríguez, Cristian Erbes e Walter Erviti (22'′ Leandro Somoza); Juan Román Riquelme (40'′ Matías Caruzzo); Juan Manuel Martínez (19'′ Pablo Ledesma) e Lucas Viatri.
Treinador: Carlos Bianchi.
Gol: Juan Román Riquelme aos 43 minutos do primeiro tempo.
Cartão vermelho: Claudio Perez aos 20 minutos do 1T.
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